Entenda o que é e qual a importância do pré-natal para uma gravidez tranquila
É
incrível pensar que ainda nem todas as gestantes realizem o pré-natal .
Por mais que se fale sobre o assunto, algumas mulheres não entendem a
importância de acompanhar a evolução da gravidez e só procuram um médico
quando a gestação está avançada ou quando o parto já está próximo.
Mas
afinal, porque o pré-natal é tão importante? Bem, é ele quem vai
garantir uma gravidez saudável e um parto sem riscos, tanto para a mãe
quanto para o bebê. Com o pré-natal é possível acompanhar o
desenvolvimento do feto e, se houver algum problema, detectar
precocemente, aumentando as chances de deter o problema. No caso das
mães, algumas doenças como a diabetes gestacional e a pré-eclampsia
podem aparecer durante a gravidez, trazendo graves conseqüências para a
gestante, porém, esses problemas também podem ser controlados com o
pré-natal.
Para
ajudar as futuras mamães a tirar suas dúvidas e ter uma gravidez mais
tranqüila e saudável, o Guia do Bebê preparou um especial sobre o
assunto. Aqui você vai encontrar uma resposta para todas as suas
perguntas.
POR ONDE COMEÇAR
Antes mesmo de
engravidar, deve-se pensar em procurar um médico para orientar e
planejar a gestação. Mas como escolher um profissional?
É
fundamental que haja uma relação de confiança entre médico e paciente.
Durante a gestação é comum a mulher sentir-se sensível e insegura. Um
bom profissional, em quem a gestante confie, poderá ajudá-la a resgatar a
força nesse período tão importante da vida.
Se a mulher ainda não
tiver um ginecologista de sua confiança, é hora de procurar. Indicações
de amigas são sempre bem-vindas. Uma boa ferramenta para buscar
informações sobre o profissional é o site do Conselho Regional de
Medicina, que traz uma relação de todos os médicos devidamente inscritos
no CRM. Estude a vida profissional do médico e certifique-se de que
tenha especialização em Ginecologia e Obstetrícia.
A grande
maioria dos médicos ginecologistas é também obstetra. Alguns poucos
profissionais acabam se dedicando apenas ao atendimento no consultório e
não realizam partos. Se for o caso do seu médico, ele deverá indicar um
colega para realizar o pré-natal.
O ideal é que antes de
engravidar, o casal converse com o médico sobre como será o
acompanhamento, se é a favor do parto normal ou cesariana, em quais
hospitais atende, se aceita plano de saúde e outras questões práticas.
Essa é a hora de tirar todas as dúvidas com o seu médico.
GESTAÇÃO DE 12 MESES
O
conceito “Gravidez de 12 meses” foi criado pelo Dr. Sérgio Peixoto,
Professor Associado Livre-docente de Obstetrícia e Ginecologia da
Faculdade de Medicina da USP. Ele sugere que o pré-natal deve começar
antes mesmo da concepção. Alguns especialistas concordam que os pais
devem procurar orientações médicas e começar a se preparar física e
psicologicamente para a gestação ao menos três meses antes de
engravidar.
Se os pais estiverem preparados e seguros quanto às
mudanças que estão por vir, já que a gravidez mexe muito com a
sensibilidade e emoção, as chances da gestação e do parto ser muito mais
tranqüilo é bem maior. Além de tirar as dúvidas do casal e passar as
informações mais relevantes, a consulta médica antes da gravidez é
fundamental, pois serão realizados exames clínicos e laboratoriais para
checar a saúde do casal. Caso haja necessidade, eles terão tempo de
fazer o tratamento adequado antes da concepção do bebê.
Na
ocasião, o médico fará a atualização das vacinas, indicará exercícios e
cuidados com a alimentação dependendo dos hábitos da paciente, e irá
verificar se o pai ou a mãe tomam medicamentos, fumam, usam álcool ou
algum tipo de droga, ou têm alguma característica genética que seja um
fator de risco para a gestação. Se a mãe tem alguma doença preexistente
como diabetes ou pressão alta, o médico deverá tomar providências para
equilibrar as taxas e prevenir futuras complicações.
O
especialista poderá ainda receitar o uso de ácido fólico, que deve ser
tomado três meses antes da gestação, com o objetivo de diminuir a
incidência de malformações do feto.
Quando o corpo e a alma estiverem em ordem, é hora de parar o método anticoncepcional e engravidar
.
OS EXAMES DO PRÉ-NATAL
Existe
uma lista de exames básicos que toda mulher que engravida deve fazer. A
maioria deles são exames de sangue feitos em laboratório como o
hemograma completo, para checar se a mulher está com anemia ou
infecções, glicemia, para verificar a taxa de glicose no sangue, e
algumas sorologias como HIV, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus,
sífilis e hepatite B e C, além de tipagem sanguínea e fator Rh. O médico
deve ainda solicitar exames de urina e fezes.
Alguns desses
exames laboratoriais devem ser repetidos algumas vezes durante a
gravidez, como o hemograma, realizado mensalmente, a glicemia, que é
repetida na 26ª semana de gestação, além de algumas sorologias para
verificar se a mulher foi infectada durante a gravidez.
O ideal é
que a gestante realize três ultra-sonografias: uma no primeiro trimestre
da gravidez para avaliar o tempo de gestação com mais precisão, outra
no segundo semestre, quando os órgãos já estão formados, e a última no
terceiro trimestre para acompanhar o crescimento fetal.
Em casos
de gestação de risco ou se os resultados dos exames estiverem fora do
padrão esperado para aquela fase da gravidez, o médico poderá pedir
outros exames adicionais ou repetir alguns de acordo com a necessidade
para uma melhor avaliação.
Geralmente, as consultas médicas são
mensais até o sétimo mês de gestação, quinzenais até a 36ª semana e
semanais até o final da gestação.
PLANOS DE SAÚDE
As
mulheres que possuem seguros privados de assistência à saúde devem se
informar sobre a cobertura de exames pré-natal, consultas, parto,
hospitais e atendimentos de emergência com a sua operadora no início da
gravidez, ou até mesmo quando começar a planejar engravidar.
Uma
mesma operadora oferece diferentes tipos de planos, com coberturas
variadas. Em geral, os planos de saúde cobrem exames básicos solicitados
no pré-natal, porém, alguns planos têm cobertura total de diversos
exames e internações enquanto outros dão direito apenas às consultas e
exames básicos. Os honorários médicos para a realização do parto são
bastante variáveis. A operadora pode exigir que o médico seja
credenciado, e caso não seja, a paciente deverá pagar os honorários
médicos e pedir reembolso, se tiver esse direito.
É comum que a
operadora do plano de saúde restrinja os números de consultas e exames
realizados por mês ou pelo período da gestação. É importante também
verificar se existe alguma carência para a cobertura de partos, caso o
plano tenha sido adquirido recentemente.
A cobertura dos planos de
saúde pode gerar muitas dúvidas e discussões, portanto, o ideal é ler
atentamente o contrato da operadora para saber sobre seus direitos. O
médico deverá estar ciente sobre as condições do seu plano de
assistência médica e orientá-la sobre a melhor forma de proceder com o
pré-natal e o parto.
Para escolher o hospital onde o bebê irá
nascer, deve-se solicitar uma listagem ao convênio e o médico verá em
quais hospitais é cadastrado, para que possa fazer a internação da
paciente.
“A mulher deverá visitar a maternidade antes de fazer
sua escolha. É importante avaliar a qualidade da enfermagem e berçário”,
alerta o Dr. Luciano Pompei, diretor da FEBRASGO, Federação Brasileira
de Associações de Ginecologia e Obstetrícia. O médico incentiva as
futuras mamães a conversar com outras mulheres que pariram no hospital
para trocar idéias.
ATENDIMENTO PELO SUS
O
Ministério da Saúde afirma que o número de consultas pré-natal
realizadas pelo SUS – Sistema Único de Saúde - durante a gravidez é
crescente ano a ano. Em 2003 foram realizadas 8,6 milhões de consultas
de pré-natal e no ano passado, 2009, foram 19,4 milhões. O aumento foi
de 125% nesse período, devido à ampliação do acesso ao pré-natal pelas
mulheres e os benefícios oferecidos pelo governo.
O SUS realiza
gratuitamente os exames básicos durante a gestação, como exames de urina
e de sangue para verificar a existência de doenças como hepatite B,
toxoplasmose, sífilis, HIV e outros, além de aplicar vacinas e oferecer
medicamentos, quando necessário.
As gestantes atendidas pelo SUS
têm direito a fazer, pelo menos, seis consultas durante toda a gravidez.
Nas consultas de pré-natal, a equipe de saúde mede a pressão arterial
da mãe, verifica o peso, mede a barriga, escuta o coração do bebê, e
anota todas as informações sobre o pré-natal e exames no Cartão da
Gestante. Esse cartão deve ser apresentado ao médico na hora do parto
para que ele tenha informações sobre o estado de saúde da mãe e do
bebê.
O Ministério da Saúde tem feito um grande esforço para
realizar pelo menos um exame ultra-som durante a gestação, porém, ainda
não são todos os postos de atendimento do SUS que possuem um aparelho
para realizar o exame. Muitas vezes, as pacientes que têm condições
acabam realizando esse exame em clínicas particulares.
A rede do
SUS também oferece algumas atividades para as gestantes como cursos de
preparação para o parto e grupos de gestantes, onde as futuras mamães
podem trocar idéias e experiências.
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