terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O que é o fator Rh, e como ele afeta minha gravidez?


Qual é meu fator Rh?

No início do pré-natal, o médico vai pedir vários exames de sangue de rotina, e um deles é o de tipagem sanguínea, para descobrir qual é seu grupo sanguíneo (A, B, AB ou O) e se você é fator Rh positivo ou negativo. Quem é Rh positivo possui uma proteína chamada antígeno D na superfície dos glóbulos vermelhos. Quem não tem esse antígeno é Rh negativo. 

A maioria das pessoas é Rh positivo, mas a frequência varia de acordo com a raça. Entre a população caucasiana mundial, a proporção é de 85 por cento, mas ela é de 94 por cento entre os africanos e de cerca de 90 por cento entre os asiáticos. No Brasil, por volta de 95 por cento da população é Rh positivo. 

O fator Rh só é importante na gravidez se a mãe for Rh negativo e o bebê for Rh positivo (a criança pode herdar essa característica se o pai for Rh positivo). Se o sangue do bebê entrar na sua corrente sanguínea, seu sistema imunológico pode reagir contra o antígeno D do sangue do bebê, como se ele fosse um "invasor", e produzir anticorpos contra ele. 

Esse fenômeno é conhecido como "sensibilização" e, embora normalmente não cause problemas numa primeira gravidez, se você ficar grávida de novo e o bebê também for Rh positivo, os anticorpos do seu sistema imunológico podem atravessar a placenta e atacar as células do sangue do bebê, provocando anemia, icterícia ou, em casos mais graves, insuficiência cardíaca ou hepática na criança. O problema recebe o nome de doença hemolítica perinatal, ou eritroblastose fetal. 

Como o sangue do bebê entra no meu sangue?

Em determinadas circunstâncias, o sangue do bebê pode se misturar com o seu, provocando a sensibilização: 

• Se você tiver uma gravidez ectópica, ou tubária 

• Em caso de sangramento vaginal ou aborto espontâneo após 12 semanas de gravidez 

• Na realização de exames invasivos como a biópsia do vilo corial ou a amniocentese 

• Se você sofrer um forte impacto na barriga durante a gravidez 

Durante o parto, é muito provável que seu sangue e o do bebê entrem em contato, especialmente em caso de cesariana, de um parto normal difícil ou de remoção manual da placenta. 

É possível evitar a presença dos anticorpos anti-Rh?

Se você produzir os anticorpos uma vez, eles permanecerão para sempre no seu sangue, por isso é importante evitar que eles sejam produzidos. Felizmente é possível fazer isso com uma substância chamada imunoglobulina anti-D, que é dada na forma de injeção muscular, normalmente na coxa. 

Essa espécie de vacina age destruindo rapidamente qualquer célula do bebê que esteja na sua circulação, antes que você comece a produzir anticorpos. Isso significa que você não terá anticorpos que possam causar a eritroblastose fetal, nem nesta gravidez nem nas posteriores. 

A vacina anti-D vem sendo usada há muitos anos, e pode ser aplicada sempre que houver alguma possibilidade de sensibilização. 

Se você já possui os anticorpos (o que pode ser verificado num exame de sangue), não receberá a vacina, porque ela só tem utilidade para evitar a fabricação de anticorpos -- não destrói os que já existam. 

Como vou saber se tenho os anticorpos anti-RH?

Seu médico vai pedir um exame de sangue logo que você engravidar, para verificar a presença de anticorpos, e um novo exame por volta de 28 semanas de gravidez. Se forem detectados anticorpos, sua gestação será monitorada para detectar possíveis sinais de anemia no bebê. 

O que acontece quando o bebê nasce?

Logo depois do nascimento, é realizado um exame de sangue no bebê para determinar o tipo sanguíneo e o fator Rh. A amostra de sangue é tirada do cordão umbilical. 

Se o bebê for Rh positivo, você receberá outra injeção de imunoglobulina anti-D. Ela deve ser aplicada no máximo até 72 horas após o parto para que sua resposta imunológica não seja acionada. Seu sangue também será testado logo depois do parto para detectar a presença de anticorpos. 

Caso sejam encontradas grandes quantidades, pode ser necessária uma dose maior de imunoglobulina anti-D. Se o bebê for Rh negativo como você, a vacina não será necessária. 

No caso de eritroblastose fetal já instalada, ou seja, se não tiverem sido tomados os cuidados de prevenção durante a gestação, o tratamento no bebê inclui transfusões de sangue. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário